Estamos de volta com a nossa seção Creative Stars! E este mês, nós batemos um papo com o Mayko Silva. Ele é aluno do MA Screenwriting, na London College of Communication (UAL). Ele acabou de desembarcar em Londres e contou pra gente como está sendo os primeiros dias na cidade. Confira abaixo o bate-papo na íntegra:
LP: O que levou você a querer estudar na UAL? Como conheceu a Universidade?
MS: Acho que, como quase todo brasileiro querendo estudar no exterior, eu fiquei conhecendo a UAL por meio de pesquisa no Google. Explorei duas formas de pesquisa: melhores faculdades de cinema/roteiro/direção na Inglaterra e nos Estados Unidos; e também melhores cursos relacionados ao tema. No fim das contas, são pesquisas convergentes. Uma vez que encontrei os principais links e Universidades mais bem ranqueadas, fui pesquisar sobre o score propriamente dito delas e, principalmente, o que alunos e ex-alunos falavam sobre elas online. Cheguei a um top 3 com a UCLA, a New York Film Academy e a UAL. E aí foi uma questão puramente de para onde eu preferia me mudar: escolhi Londres e, consequentemente, a UAL.
LP: Como foi o processo seletivo para o curso?
MS: Bastante extenso, para falar a verdade. Não que seja algo ruim, até porque afasta quem não tem certeza sobre o que quer fazer. Acho que isso facilita para o corpo docente do curso e também dá uma segurança maior a eles. Tudo começa com a parte burocrática, que é a separação de documentos exigidos, que vão desde os diplomas e históricos escolares (de graduação, pós-graduação etc), sempre com traduções juramentadas, até o teste do IELTS, que é vital e precisa de uma pontuação mínima. Aí tem a parte prática, em que foi necessária a criação de um roteiro (completo ou trecho) de 10 páginas, outro trecho de roteiro de 5 páginas (ambos com tema livre) e um vídeo de 3 minutos falando sobre um filme e uma série que gostaria de ter escrito. Após isso, a coordenadora do curso enviou um convite para entrevista via Zoom e, para essa entrevista, era preciso enviar mais um trecho de roteiro de 2 páginas; só que, desta vez, havia instruções específicas sobre o tema e sobre o que escrever. E aí, na entrevista a coordenadora perguntou bastante sobre o processo criativo para os roteiros e, ao final da conversa, já fez o convite para uma vaga no curso.
LP: Que dica sobre o curso você daria para um estudante que esteja pensando em seguir o mesmo caminho?
MS: Acho que o mais importante é tentar ter o máximo de certeza sobre o que deseja trilhar, tanto na área acadêmica, como profissional, porque é um investimento substancial e uma grande mudança de vida. Tendo isso em mente, deve-se levar em conta o tempo despendido para todo o processo, que demora meses, e os gastos nesse caminho. E por último, mas não menos importante, é ter dedicação para escrever o máximo que puder, revisar e reescrever para chegar a algo que ache satisfatório para buscar a vaga no curso.
LP: Como você acha que o curso vai te ajudar a se preparar para os próximos passos na sua carreira?
MS: Eu acredito que, por si só, vai ser uma experiência extraordinária. Sinto-me muito privilegiado com a oportunidade de mudar de país, conhecer uma cultura nova, um jeito novo de estudar e estar em contato com tanta gente criativa junta. E aí eu espero absorver o máximo de informação de conteúdo possível para me ajudar a desenvolver minha carreira, seja aonde esse caminho novo vá me levar.
LP: Você poderia nos contar um pouco mais sobre o seu trabalho?
MS: Bom, na verdade, eu tive de deixar meu trabalho para atrás no Brasil para vir para cá estudar. E não falo isso em nenhum sentido ruim. Foi uma escolha de carreira e de vida. Mas, aqui, espero conseguir estar sempre em contato com a indústria cinematográfica e televisiva, e que eu possa trabalhar muito escrevendo tanto roteiros autorais e independentes como também para grandes companhias e grupos midiáticos.
LP: Quais são os planos para o futuro?
MS: A curto e médio prazo quero aproveitar ao máximo tudo que o curso, a LCC e a UAL têm a me oferecer. Absorver o máximo que puder dos professores, palestrantes e demais colegas. A médio e longo prazo, eu tenho esperança de que vou conseguir me inserir na indústria e encontrar projetos que façam sentido para mim e para o público e aí eu estou bem aberto às experiências que isso vai me trazer e aonde isso vai me levar. Não limito, de forma alguma, o local e a empresa onde quero trabalhar, pode ser aqui na Inglaterra, pode ser nos Estados Unidos ou até mesmo de volta ao Brasil.
LP: O que mais lhe chamou a atenção em Londres? Já conhecia a cidade antes?
MS: Já conhecia sim, mas, como sempre, Londres é uma cidade extremamente internacional e multicultural. Aqui você realmente encontra pessoas do mundo inteiro e conhece um pouco da cultura de cada um. Sem contar que é uma cidade viva, com uma imensa rede de trabalho e networking para todos, além de opções de lazer para todos os gostos: desde parques e museus para quem gosta de passeios mais calmos, passando por cinemas e teatros para aqueles que gostam de assistir a performances, até os Pubs e baladas para quem curte uma vida mais agitada.
LP: Como está sendo a vida em Londres nesse período de reabertura? Como foi a sua chegada à cidade?
MS: Eu cheguei aqui já com a cidade completamente aberta e sem restrições devido à pandemia. É claro que ainda se vê muita gente na rua, e principalmente no transporte público, andando de máscara, mas a cidade já está totalmente aberta e funcionando a todo vapor.
LP: Como é ser um estudante em Londres?
MS: Isso é uma coisa que estou descobrindo aos poucos, né. Mas, pelo que já pude perceber, é uma cidade que acolhe os estudantes estrangeiros tanto quanto o faz com os estudantes locais. Todos têm o mesmo tratamento e as mesmas oportunidades. Além disso, ser estudante dá uma série de vantagens na cidade e no país em si, desde descontos no transporte público, até descontos ou até mesmo entradas gratuitas em eventos culturais. Além disso, parece que o “ser estudante”, ou o “humano estudante”, é tratado como parte vital e essencial da sociedade londrina.