Semana terminando com uma notícia maravilhosa: a @karolinevitto foi escolhida para ter seu desfile patrocinado pelo programa ‘Supported by Dolce & Gabbana’. Karoline estudou na Central Saint Martins e criou sua marca em 2019. Ela é conhecida por uma moda que valoriza o corpo e as curvas da mulher.
Karoline foi uma das nossas Creative Stars. Nós batemos um papo com ela em 2017 lá no nosso blog! Vem só dar uma olhada na conversa e nas dicas que ela deu naquela época:
Language Partners – O que levou você a querer estudar na Central Saint Martins? Como conheceu a universidade?
Karoline – Conheci a CSM alguns anos atrás, já estava cursando moda em Florianópolis, na UDESC, e logo no início do curso pesquisei quais eram as melhores universidades do mundo para a minha área e como eram seus processos seletivos. Na época, estudar fora não era uma opção concreta, mas eu tinha um plano um pouco distante de fazer uma pós ou especialização fora.
Após ter me formado no bacharelado, não tinha muita certeza sobre qual carreira seguir, dentro da moda ou fora dela. Estava trabalhando como designer gráfico, havia feito cursos de empreendedorismo criativo e confesso que estava um pouco perdida. Acabei conhecendo por acaso uma ex aluna do Graduate Diploma da CSM, a Renata Estefan, e após algumas conversas com ela fiquei convencida a aplicar para o mesmo curso que ela havia feito, pois parecia a opção ideal para continuar minha educação no momento.
Language Partners – Como foi o processo seletivo para o curso?
Karoline – Para ser aprovado para o Graduate Diploma você deve ter concluído um bacharelado em moda e ter todas as habilidades que isso implica: desde pesquisa e design development a saber costurar e fazer modelagem. Meu BA do Brasil foi muito completo nesse sentido, saí da UDESC com uma base muito boa de modelagem e costura que foram essenciais para o trabalho que eu acabei desenvolvendo mais tarde.
Porém, acredito que o principal ponto seja ter uma identidade própria e saber desenvolver muito bem o seu processo, seja ele mais focado em trabalho no manequim ou desenho. É necessário multiplicar as ideias em grande quantidade e depois saber refiná-las e transformá-las em design. Isso tudo refletindo muito bem a sua pesquisa e o que você quer dizer com ela.
Um bom portfolio é essencial. Nesse caso não se trata só de algo bonito ou decorado, longe disso: um portfolio bem feito deve contar a história e o processo do seu trabalho sem que você esteja lá para explicá-lo, isso é o principal.
Language Partners – Que dica sobre o processo e o curso você daria para um estudante que esteja pensando em seguir o mesmo caminho?
Karoline – Nesse ano minha maior lição foi aprender que você deve mesmo fazer aquilo que você gosta e agradar a si mesmo em primeiro lugar. Essa é a principal dica que eu poderia dar para qualquer aluno. É muito comum os tutores terem opiniões bem divergentes entre si e tentarem te guiar para caminhos opostos. Se você tentar agradar a todos eles, vai acabar confuso e frustrado e não vai agradar a ninguém. O pior de tudo, porém, é tentar adequar seu trabalho a uma universidade ou empregador específico que não tem nada a ver com você. Você deve, sim, ouvir os tutores o máximo que puder, e realmente tentar seguir o que eles sugerem, mas no final quem decide é você. Você é o diretor do seu próprio projeto e quem vai levar aquele portfólio a entrevistas e dar a cara a tapa é você e mais ninguém. E é muito difícil defender um trabalho com o qual você não se identifica, ainda mais em uma língua que não é a sua.
Além disso, crie o hábito de constantemente olhar para si mesmo, os seus gostos, o ambiente que te circunda, o que te atrai, como você se veste. A maior parte das respostas está aí.
Language Partners – Você poderia nos contar um pouco mais sobre o seu trabalho final, que ganhou distinction?
Karoline – Meu trabalho final partiu de uma conversa que tive com a minha irmã sobre corpo e auto-estima feminina. O fato é que todas as mulheres que conheço em algum momento ou outro já fizeram algum comentário autodepreciativo sobre seus corpos e eu queria mostrar que corpos humanos tem gorduras e são normais e lindos de qualquer forma e com todas as suas curvas.
Então para celebrar essas curvas, que são absolutamente normais e que eu particularmente acho interessantes e atraentes, pedi que uma amiga me fotografasse em diversas posições que enfatizassem as minhas próprias curvas e dobras, as quais provavelmente as revistas femininas diriam pra eu disfarçar ou esconder! O resultado foram diversas fotografias de curvas, gorduras e linhas que eu utilizei para desenvolver a minha coleção, com formas super justas de onde saem esses volumes localizados em áreas específicas, para celebrar as formas corporais que tanto amo.
Parabéns, Karol! E que você tenha muito mais sucesso na sua jornada!